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Automobilismo

O show de Max Verstappen na Bélgica

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Se existia alguma dúvida acerca da supremacia de Max Verstappen na Fórmula 1, as duas últimas corridas trataram de dissipá-la. Largando em décimo na Hungria e décimo terceiro na Bélgica, ele fez duas provas impecáveis, não deu a menor chance para os rivais e venceu com uma autoridade impressionante.

No caso belga, Verstappen perdeu posições por trocar a unidade de potência e largou em P14. Fez certo. Spa-Francorchamps é uma pista de alta velocidade talhada para o carro da Red Bull, cujo forte é a velocidade final de reta. A perspectiva era aproveitar possíveis entradas de Safety Car e o motor novo para conquistar ao menos um pódio.

E o SC veio logo na segunda volta: Valtteri Bottas ficou na brita para escapar de uma batida com Nicholas Latifi. Além disso, Lewis Hamilton parou na pista após uma batida com Fernando Alonso – incidente que gerou polêmica após um rádio no mínimo controverso do espanhol da Alpine. Já com o SC na pista, Verstappen era o oitavo. Ganhou cinco posições de maneira tranquila.

Quem poderia pará-lo na corrida? Charles Leclerc. Pois bem, o monegasco teve um problema logo na terceira volta e realizou uma parada imprevista. No decorrer da corrida, ele vinha com um desempenho razoável – a Ferrari parece ter andado um pouquinho para trás, mas ainda tem um foguete de carro. Aí a Ferrari resolveu aprontar das suas ao chamá-lo aos boxes para colocar pneus macios e tentar a melhor volta da corrida. Leclerc não conseguiu por ter enfrentado tráfego e ainda tomou punição por exceder a velocidade no pit. Foi puro suco de Ferrari na temporada de 2022.

Enquanto isso, Verstappen fez o que sabe fazer de melhor: pisar fundo no pedal direito e passar quem estiver na frente. Com esse foguete chamado RB18 e pneus macios em uma pista de alta velocidade, o resultado não poderia ser outro. Já na volta 12, ele assumiu a ponta. Uma liderança conquistada com absoluta autoridade, a mesma demonstrada no campeonato.

Dianteira conquistada, dianteira mantida. Verstappen fez um resto de corrida absolutamente tranquilo, não foi ameaçado por ninguém e enfileirou a nona vitória na temporada, que o faz mais líder do que nunca. São 93 pontos de vantagem para o novo vice-líder, Sérgio Perez – seu companheiro na Red Bull – e 98 para Charles Leclerc. Guiando com a maturidade adquirida após seu primeiro título e o arrojo corriqueiro, não tem como o vulcânico holandês perder o bicampeonato. É seu e ninguém tira.

George Russell falou que Red Bull e Ferrari descumpriram as regras acerca do assoalho. Toto Wolff tentou de tudo para a FIA mexer no grid inteiro com a alegada desculpa do porpoising. Esperava-se um salto no desempenho da Mercedes.

Não foi o que se viu em Spa. O qualy já tinha mostrado que o W13 tinha andado para trás, e tanto Hamilton como Russell teriam bastante trabalho para conquistar um bom resultado na corrida. O heptacampeão abandonou após o incidente com Alonso – culpa sua, bom que se diga – e o jovem piloto fez uma prova digna, mas não ameaçou o pódio de Carlos Sainz no final. Corrida após corrida, fica clara a necessidade da escuderia alemã em focar na próxima temporada. A atual já era.

No mais, fica tudo para Max Verstappen. Na Hungria, ele largou em décimo e venceu em uma pista travada e que não casava com o seu carro. Ainda assim, deu show de pilotagem e venceu de maneira irretocável. Agora na Bélgica, mesmo feito. Largou até mais atrás, porém, nada ameaçou a sua vitória. As adversidades de uma temporada que apresentou uma Ferrari forte e um Leclerc competitivo foram suplantadas com a sua pilotagem em altíssimo nível. Se o time de Maranello abusou nos erros e alijou seu melhor piloto na luta pelo título, isso não é culpa sua.

Como já disse, existem muitas variáveis para uma hegemonia de Verstappen na F1. Não basta ser bom de braço, tem que ter carro bom e equipe focada no seu sucesso. Talento ele tem e é indiscutível. As outras duas variáveis parecem jogar a seu favor. É isso. O bicampeonato está na mão, e a cada novo desempenho espetacular, o holandês mostra potencial para ser um dos gigantes deste esporte. Vimos isso em Spa.

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