Porsche cup: O novo modelo 992 pelos mecânicos

Em uma conversa com os mecânicos Alessandro, Douglas e Petronio, do carro #7 de Miguel Paludo, conhecemos um pouco mais sobre os novos desafios do Porsche 992.

No ultimo final de semana (23 e 24 de abril) a Porsche Cup realizou sua etapa no circuito paulista do Velocittà com uma presença um tanto quanto ilustre, e digna de nossa atenção: O novo Porsche 992.

O 992 é a geração mais atual do Porsche 911, e foi apresentada ao público em 2018. Dentre os pilotos e mecânicos, sobram elogios para o novo modelo, então decidimos conhecer um pouco mais a fundo esta nova joia da marca alemã.

Em relação a seu antecessor, o 991.2, o novo modelo conta um aumento de 25 cv de potência, que à primeira vista pode não parecer muito, mas é o suficiente para levar o bólido de 0 a 100 km/h em 3,4s. O propulsor é um boxer de 6 cilindros e 4.0 litros, e seu torque máximo chega a 47,8 kgfm.

Alessandro Vila Nova, engenheiro do carro #7 de Miguel Paludo, conversou um pouco conosco e pudemos entender melhor as diferenças: “Esse é o Porsche modelo 992, é uma evolução do 991 que a gente andava no ano passado, esse carro é um pouco mais potente, tem 510 cavalos comparado ao outro que era 480“.

Ainda em relação à geração anterior, outro ponto do 992 que foi muito comentado na pista do interior paulista, foi a capacidade superior de frenagem em relação ao seu antecessor.

Mais trabalho para a equipe de manutenção

Preparar um carro dessa categoria é tarefa para poucos, ainda mais levando em conta as diferentes características dos circuitos presentes na Porsche Cup. Ninguém melhor que os engenheiros e mecânicos das equipes para nos explicar algumas das diferenças entre os modelos 991.2 e o 992.

Alessandro destacou o desafio do novo composto de pneus, além do freio mais forte do novo modelo: “A principal diferença que eu acredito, desse veículo, e que está sendo a nossa dificuldade de adaptação de setup, são os pneus e esse carro tem um freio bem mais forte que o modelo 991.2. Mas principalmente o pneu com relação a setup. Nós ainda estamos aprendendo. O modelo de pneu é um composto diferente“.

Inicialmente, a equipe única da Própria Porsche já entrega o carro em condições para os pilotos, porém os pequenos ajustes finais na pista é que muitas vezes podem ser decisivos para a etapa. “Em relação à preparação do carro para o fim de semana, a equipe única da Porsche já faz uma preparação muito boa, então nós já pegamos o carro aqui em uma condições onde o carro já foi validado, já foi testado“, complementa Alessandro.

Porém após essa validação, a equipe passa a assumir a responsabilidade não somente pelo monitoramento, como também por alguns dos principais problemas que podem acontecer na pista e custar a Paludo posições importantes no grid: “Nós normalmente só tratamos de cuidar dos problemas que vão acontecendo durante as seções, então estamos sempre atentos a sinais vitais do motor: temperatura de agua, temperatura de óleo, temperatura dos discos de freio também, então se por exemplo o piloto saiu da pista e pegou uma grama e tampou a entrada de um radiador, estamos sempre atentos a esse tipo de detalhe para garantir que o piloto não terá nenhum problema em nenhuma seção”, detalha Alessandro.

Cada pista um novo desafio

O Calendário da Porsche Cup passa por circuitos com diferentes características, e o 992 já foi colocado à prova em Goiânia, uma pista com um traçado bem diferente do Vellocittà.

“Pegando em comparação com a primeira etapa, Goiânia, onde temos uma reta muito longa, lá nos trabalhamos com menos ângulo de asa para garantir uma velocidade maior do veículo na reta e facilitar a ultrapassagem. Naturalmente, é uma pista que requer menos asa, pois é uma pista que tem poucas curvas de alta velocidade”, comenta Alessando

Enquanto conversávamos com os demais colegas de equipe de Alessandro, os mecânicos Douglas Giroto e Petronio Santos, o piloto Paludo chegou para assumir sua posição, largando na P3 da etapa daquele sábado.

Alessandro ainda conseguiu dar uma última atenção e falar um pouco mais sobre o Vellocittà, antes da largada: “O Velocittà é uma pista mais travada, as retas são curtas, é uma pista difícil de ultrapassar, mas aqui nós temos mais curvas de alta como a caipirinha, a curva 5, a curva da mata, são curvas que requerem um downforce atrás então normalmente trabalhamos com mais ângulo de asa aqui”.

Fica aqui registrado nosso agradecimento aos engenheiros e mecânicos que nos receberam com tamanha atenção e cordialidade e compartilharam conosco um pouco da experiência com os novos carros.

Ao todo, teremos 26 carros disponíveis na Carrera Cup. Enquanto isso, os 991.2 passam a integrar a Sprint Challenge.